Texto muito bom que dá dicas sobre a escolha do tema você encontra em http://metpesqjol.blogspot.com.br/2011/03/dicas-para-definicao-do-tema-da.html
Dicas para definição do tema da pesquisa
Quem
pesquisa sabe que definir o tema de um projeto não é uma tarefa fácil. Não
existe uma regra única e universal a adotar. Cada pesquisador vai ao longo da
carreira definindo a sua estratégia de ação. A partir da minha própria
experiência vou repassar algumas orientações que podem auxiliar na decisão de
quem pretende ganhar a vida como um cientista profissional.
Regra
número 1: Antes de definir o tema defina
uma área de atuação. Evite ficar mudando de área de projeto para projeto. Tenha
clareza de que numa sociedade complexa como a nossa cada vez mais a competência
do pesquisador passa pela continuidade do trabalho dentro de uma mesma área de
conhecimento. Um bom pesquisador não muda de área a cada novo projeto. Muda
somente de tema, tratando de aspectos até então pouco estudados ou
desconhecidos. Se não tem uma determinada área de atuação o pesquisador terá
muitas dificuldades para se inserir no mercado de trabalho. Não se deve pensar
nunca no tema como uma decisão isolada, mas como um ato dentro de uma cadeia
contínua que pode significar o primeiro passo para a consolidação do
pesquisador como um especialista em determinado campo de conhecimento.
Regra
número 2: Somente trabalhe com uma temática que
seja de seu agrado. Tenha consciência que a execução do projeto leva em média
de um a três anos. Se existe a possibilidade de escolha do tema não faz o menor
sentido fazer do seu dia a dia um inferno por ter que pesquisar um assunto que
seja pouco palatável. Escolha o tema da pesquisa com a mesma diligência de que
escolhe um parceiro ou parceira para o casamento. Se não houver afinidade
eletiva, não pense duas vezes em mudar de tema até encontrar a sua alma gêmea.
Tenha consciência de que durante a execução de uma pesquisa muitos são os
momentos de crise do pesquisador e que quando existe desconforto com o tema a
situação somente tende a piorar, senão a inviabilizar a conclusão do trabalho
com sucesso.
Regra
número 3: Nunca se deve propor um tema de
pesquisa sem antes fazer uma criteriosa revisão da bibliografia de referência
na área do projeto. Não esqueça que cada pesquisa tem como objetivo comprovar,
refutar, complementar ou desvelar aspectos novos da realidade. Se o pesquisador
desconhece o estado da arte em sua área de atuação dificilmente vai ter
condições de identificar objetos ou hipóteses de pesquisa originais e de grande
relevância. Repasse os anais dos principais congressos científicos, as revistas
especializadas, os bancos de dados com as dissertações e teses e os livros
publicados disponíveis nas bibliotecas dos centros de excelência em seu campo
de conhecimento.
Regra
número 4: Evite sempre a busca do caminho
mais fácil porque todo conhecimento relevante pressupõe muita disciplina,
esforço coletivo e trabalho metódico, muitas vezes, de toda uma vida. Se opta
por um tema muito estudado existe a vantagem de que se pode partir de um
conhecimento solidamente acumulado sobre o assunto. Em contrapartida, existe
muito mais dificuldade de se chegar a uma contribuição original, sem contar o
tempo gasto em revisar a bibliografia de referência. Caso tenha preferência por
um tema pouco frequentado a possibilidade de um estudo mais original aumenta na
mesma proporção que a quantidade de trabalho individual do pesquisador para
construir, definir e conceituar o próprio objeto. Como se verifica nenhuma
opção é fácil e, ao final das contas, o que faz a diferença é o talento, o
esforço e a disciplina do pesquisador.
Regra
número 5: Em termos científicos puros qualquer
tema pode ser relevante. Do ponto de vista da política científica, da realidade
social, econômica, política e cultural alguns temas são mais importantes que
outros. Cabe ao pesquisador ter a sensibilidade para saber conciliar a escolha
de uma tema que seja de seu agrado pessoal, possibilite a sua inserção no seu
campo científico de atuação, contribua de forma original para os estudos de sua
área e que esteja articulado com a agenda da política científica e tecnológica
de seu local de trabalho e as demandas da sociedade de seu tempo. Em hipótese
alguma, trata-se de uma tarefa simples. Como vimos, uma vida bem sucedida como
pesquisador depende do talento, da disciplina, da capacidade coletiva de
trabalho e, acima de tudo, que se tenha a sorte de eleger o tema certo, na hora
certa e que conte com o apoio de quem libera os recursos indispensáveis para a
execução do projeto. Se vale como consolo para quem está começando nunca se
sabe a priori se estamos mesmo no caminho certo!
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